Sinopse
HAKAN regressa ao Brasil depois de anos estudando música fora, achando um país no qual a identidade racial está sistematizada pelo Estado. O novo sistema de identificação não permite Hakan se cadastrar como indígena sem uma declaração de uma comunidade que confirme seu pertencimento a ela. Batucando com a sua família e com o grupo de Maracatu com o qual se reencontra, Hakan percebe o quanto as pessoas ao seu redor não se importam com o assunto da identificação. Quando o batuque vira festa e a polícia interrompe levando seu tambor sagrado, Hakan fica na obrigação de fazer o cadastro para ganhar ele de volta. Hakan descobre na cidade uma comunidade que vende declarações como a que elu precisa. Incomodade pela comercialização da identidade, Hakan viaja com sua irmã JÉSSYCA para o interior do sertão a investigar sua ancestralidade, enquanto conversam sobre as diferenças de suas experiências de vida por conta do seu fenótipo. Na casa de sua tia ROSA, Hakan experimenta as tradições indígenas ainda presentes na cotidianidade da sua família, mesmo que esta não se importe com questões da identificação. Rosa indica a Hakan as comunidades onde pode procurar a declaração, e Hakan continua sua pesquisa sem Jéssyca, que deve voltar para a cidade. Na comunidade Kanindé, a negativa da cacique PEQUENA pra fazer a declaração envia Hakan numa viajem de lembrança dos momentos da sua infância nos quais a sua aparência trouxe discriminação. As lembranças viram uma conexão com ancestrais e encantados enquanto Hakan confecciona um novo tambor com materiais que ganha na comunidade. Adentrando no mato, Hakan confronta a entidade Caipora que, lhe expondo a seus medos, revela a multiplicidade da sua identidade, que não pode ser encaixada nem por etiquetas nem por o Estado. Hakan constrói seu novo tambor, e se perde numa massa de pessoas que batucam até o amanhecer ao lado do mar.
Informações técnicas
Pais / estado Brasil / CE
Valor Estimado USD 25.288,89
Projeto selecionado no BrLab Features 2022
Empresa produtora
Araçá Azul Produções
A produtora formada por mulheres nordestinas, atua em projetos variados como produção audiovisual, difusão e formação. Acumula experiência em filmes como “Bacurau” de Kleber Mendonça Filho, “Paloma” de Marcelo Gomes, “Fim de Festa” de Hilton Lacerda, entre outros. A Araçá é a empresa produtora do Cine Arcoverde e de filmes como Galega de Anna Machado e Loren Arouche e Andorinhas de Djalma Galindo.
Direção
Wara
Roteiro
Wara
Produção